Microempreendedores que hoje se tornaram donos de Microempresas

Cerca de 31 mil empresários brasileiros deixaram no primeiro semestre de 2013 a condição de microempreendedores individuais (MEI) para se tornarem donos de microempresas. Desde 2009, quando foi criada a figura jurídica do MEI, 86.546 microempreendedores individuais evoluíram para a condição de microempresa. Entre os motivos indicados para essa escalada empresarial estão o faturamento anual superior a R$ 60 mil (limite legal para ser um MEI), a contratação de mais de um funcionário e ainda a participação em outros negócios, segundo apontou levantamento elaborado pelo Sebrae. Como microempresas, o faturamento anual pode ser de até R$ 360 mil e não há limite para contratar empregados.

Nos poucos anos de existência da figura legal do MEI, desde julho de 2009, a evolução para microempresa tem sido uma forte tendência. Segundo dados do Sebrae, no ano passado foram quase 40 mil os empresários que mudaram de categoria. Esses números representaram quase o dobro do registrado em 2011. “A grande maioria dos Microempreendedores Individuais demonstram que querem crescer, faturar mais, expandir os negócios. Essa ascensão empresarial é muito positiva não só para esses empreendedores, mas para a economia como um todo”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

Fábio Lima foi um dos primeiros microempreendedores individuais a comemorar a facilidade que a Lei Complementar 128/2008 (que cria a figura jurídica do MEI) proporciona a quem ingressa no mundo dos negócios. O soteropolitano começou como microempreendedor individual em 2009 e um ano depois já era dono de uma microempresa.

A receita anual bruta da empresa Projeto X Sinalização Gráfica pulou de R$ 31 mil para R$ 94 mil. Com 27 anos, Fábio faz Publicidade em uma faculdade de Salvador e resolveu abrir o negócio porque viu uma oportunidade de agregar mais renda à vida de estagiário de agência. Deu certo. Com 18 clientes fixos, a empresa tem faturamento anual de R$ 150 mil e ainda emprega três funcionários. A ampliação do faturamento e a necessidade de contratação de funcionários foram os motivos que fizeram com que Fábio mudasse de categoria. De acordo com a lei, os microempreendedores individuais devem respeitar, além do faturamento anual de no máximo R$ 60 mil, o limite de até um funcionário que ganhe o salário mínimo ou o piso salarial da categoria.

“Além de ser um motivador para a formalização, o microempreendedor individual pode ser considerado como um trampolim para o mundo dos negócios. É uma oportunidade para muitas pessoas que querem ter sua primeira empresa, mas acham que é muito complicado e arriscado”, reforça o presidente do Sebrae. Barretto também defende que a figura do MEI tem cumprido um importante papel social e econômico para o país. Desde a sua criação, mais de 3 milhões de pessoas se formalizaram e passaram a ter direito aos benefícios do INSS por meio de uma contribuição mensal que varia entre R$ 33,90 e R$ 38,90, dependendo do tipo de atividade.

A formalização também permite que esses microempreendedores individuais possuam Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e, com isso, possam vender para empresas e para os governos federal, estadual e municipal, adquirir matéria-prima por preços mais baixos e obter crédito com mais facilidade.

Agência de Viagem

Pagar uma passagem aérea no carnê. Isso pode parecer apenas um detalhe, mas faz uma enorme diferença para quem não tem acesso a cartão de crédito, o que impede de aproveitar as promoções pela internet e o parcelamento a longo prazo. A inovação rendeu à RC Viagens, agência da Rocinha, comunidade da zona sul do Rio de Janeiro, um aumento de 70% no faturamento.

O dono da agência, Antônio Costa, conta que fechou uma parceria com uma empresa paulista que tinha acordo com companhias aéreas para vender passagens mais baratas, com possibilidade de pagar em até 12 vezes. O cadastro de clientes da RC mostra que a maioria das pessoas quer viajar para o Nordeste e o preço sai quase pela metade. A capital cearense é o destino mais procurado, seguida por João Pessoa (PB) e Teresina (PI).

“A passagem só é emitida quando todas as parcelas são quitadas, portanto, o negócio não tem risco. Em caso de desistência, devolvo 75% do valor, o mesmo percentual cobrado pelas companhias aéreas”, afirma Costa, de 41 anos, que é formado em Turismo e tem pós-graduação em Administração, Meio Ambiente e Marketing.

O atendimento personalizado também contribui para o sucesso da agência. A maior parte dos clientes jamais viajou de avião e tem grande curiosidade. Antônio conta que eles querem saber o procedimento de embarque, se o avião treme muito quando sobe, se há risco de enjoar e qual é a quantidade de bagagem permitida, pois querem levar presentes para a família inteira. “Fico o tempo que for necessário com cada um e explicou tudo. O sentimento mais forte é a ansiedade. Quando a data do embarque se aproxima, eles costumam passar aqui diariamente para saber se está tudo certo”.

O sucesso da empresa é tanto que a agência já está atraindo clientes de outros bairros. “Comecei meu negócio em casa, no final de 2009, e tinha uma média de cinco atendimentos por dia. Em janeiro deste ano, abri uma loja porque minha clientela quadruplicou”. Antônio está com uma filial na Penha. A mudança de status da empresa começou em janeiro deste ano.

Informações Agência Sebrae

Os 20 negócios que mais dão certo no país

 

Setores elétrico e farmacêutico estão firmes no mercado

Lojas de instrumentos sobreviveram mais, mas têm poucas unidades abertas

O Sebrae listou as ideias de negócio que menos quebram no país, e a média nacional foi animadora: 76% das empresas criadas conseguem sobreviver aos primeiros dois anos, considerados os mais difíceis. O Espírito Santo ficou bem na foto, com taxa um ponto percentual maior que a estimativa nacional (77,1%). As áreas com maior índice de sobrevivência foram o comércio de instrumentos musicais, fabricação de equipamentos de informática, comércio de equipamentos para uso industrial, entre outros.

“Creditamos essa sobrevivência a três fatores: o aumento do mercado interno, a melhora nos níveis de escolaridade dos empreendedores e a ambiência favorável após a reforma tributária que criou o Supersimples”, enumerou a gerente da Unidade de Estratégia, Planejamento e Orçamento do Sebrae ES, Daniela Negri.

O Simples Nacional estabeleceu normas gerais que deram tratamento tributário diferenciado para microempresas e empresas de pequeno porte no país. Essas empresas ficaram sob um único regime de arrecadação, facilitando a vida do pequeno empresário.

Na pesquisa, o ramo de comércio de instrumentos musicais teve a melhor taxa de sobrevivência em números nacionais, 89%. Entre os segmentos com números mais expressivos estão o comércio de material elétrico e o de material farmacêutico, todos com 86% de chances de sobrevivência.

No Estado, a pesquisa considerou 6,5 mil empresas criadas em 2007 e que atualizaram seus dados na Receita Federal em 2010. Dentre as cidades capixabas abrangidas estão: Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra, Cachoeiro de Itapemirim, Linhares, Colatina e Guarapari. A melhor taxa de sobrevivência ficou em Guarapari, com 80%, e a menor foi verificada em Vila Velha, com 72%.  A empresária Danielle de Souza trabalha com comércio varejista de artigos de vestuário, um segmento que teve taxa de sobrevivência de 79%, acima da média nacional. Ela diz que, nos dois primeiros anos, o sucesso da empresa situada na Glória, em Vila Velha, foi graças ao maior poder de compra do cliente no período, considerado bom para o comércio. “Depois das crises financeira, imobiliária e das enchentes do ano passado, vejo mais dificuldades em manter meu negócio hoje do que em 2009 e 2010. Mas, na época, o importante para não fechar foi nunca desanimar e desistir no primeiro mês ruim. Vi muitos colegas fechando por não saberem lidar com esses períodos de baixa nas vendas”. A gerente de unidade do Sebrae diz que a chave para o sucesso de uma empresa, seja ela qual for, é uma boa gestão. “Um bom planejamento desde a abertura e o cuidado com os procedimentos financeiros e de pessoal são fundamentais para um negócio sobreviver.”

As empresas que mais deram certo

1 – Comércio de instrumentos musicais

A área teve sobrevivência de 89%, mas apenas 314 negócios no Brasil.

2 – Fabricação de equipamentos de informática

Empresas do ramo tiveram sobrevivência de 86%.

3 – Comércio de equipamentos para uso industrial

O negócio também teve 86% de taxa e foi beneficiado pela alta do mercado.

4 – Comércio de material elétrico

As 1.892 empresas abertas no ramo tiveram taxa de sobrevivência de 86%.

5 – Comércio de produtos farmacêuticos

A área teve destaque, com 86% de taxa e 6,9 mil novas empresas.

6 – Fabricação de máquinas

O ramo teve sobrevivência de 85%. As barreiras de entrada costumam ser altas e 859 empresas do tipo surgiram em 2007.

7 – Vendas de tintas e materiais para pinturas

O negócio foi alavancado pelo aumento de reformas no país, ficando com 85% de sobrevivência.

8 – Comércio varejista de vidros

A taxa de sobrevivência é de 85% e o mercado fatura mais de R$ 1 bilhão ao ano.

9 – Móveis, colchões e iluminação

85% dos 5,7 mil negócios do ramo sobreviveram, se beneficiando do aumento de renda da população.

10 – Manutenção de motocicletas

A taxa na área ficou em 85%, bem acima da média nacional.

11 – Fabricação de produtos têxteis

A área teve 84% de sobrevivência e tem receita total que ultrapassa os 67 bilhões de dólares ao ano.

12 – Comércio de artigos de óptica

O varejo fatura tanto com lentes de grau quanto de sol. A taxa foi de 84%.

13 – Comércio varejista de calçados e artigos de viagem

Segundo o levantamento, a taxa de sobrevivência do negócio foi de 84%.

14 – Incorporação de empreendimentos imobiliários

A construção de edifícios e serviços de arquitetura apresentou taxa de 84%.

15 – Fabricação de móveis

Negócios ligados à decoração e móveis tiveram boas perspectivas de crescimento. A taxa ficou em 83%.

16 – Impressão e reprodução de gravações

O negócio de impressão de livros e revistas apresentou sobrevivência de 83%.

17 – Comércio de joias e relógios

A área inclui peças em ouro e metais preciosos e teve 83% de sobrevivência.

18 – Comércio de materiais médicos

O negócio apresentou taxa de sobrevivência de 82%.

19 – Comércio para veículos automotores

Empresas no comércio de pneus e baterias tiveram taxa de 82% de sobrevivência.

20 – Comércio de artigos recreativos

Brinquedos, bicicletas e aparelhos de ginástica estão nessa categoria, com sobrevivência de 82%.

 

 

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